FREGUESIA DE PRISCOS
FREGUESIA DE PRISCOS
Priscos é, desde sempre, uma terra celebrada no seio do território bracarense. Localizada em pleno vale do rio Este, bem exposto e fértil que serviu de sustento às suas gentes, marginava um dos primitivos percursos de peregrinação para Santiago de Compostela, de que lhe subjaz o orago que ainda hoje exibe.
Priscos é, desde sempre, uma terra celebrada no seio do território bracarense. Localizada em pleno vale do rio Este, bem exposto e fértil que serviu de sustento às suas gentes, marginava um dos primitivos percursos de peregrinação para Santiago de Compostela, de que lhe subjaz o orago que ainda hoje exibe.
Inicialmente integrada nas Terras de Penafiel de Bastuço e Comarca de Barcelos, passou a integrar a jurisdição de Braga desde 1836. Sede de um senhorio medieval pertencente a um ilustre fidalgo, cuja família se fundou nas vizinhas Terras de Faria, era irmão do afamado D. Gualdim Pais de Marecos, um dos protagonistas da fundação de Portugal, cedo se viu condenada a sair do anonimato.
Centro de uma unidade eclesial anterior à restauração da Igreja de Braga ocorrida no século XI, terá surgido certamente em época anterior a esta, em torno de um templo devotado a São Tiago.
Inicialmente integrada nas Terras de Penafiel de Bastuço e Comarca de Barcelos, passou a integrar a jurisdição de Braga desde 1836. Sede de um senhorio medieval pertencente a um ilustre fidalgo, cuja família se fundou nas vizinhas Terras de Faria, era irmão do afamado D. Gualdim Pais de Marecos, um dos protagonistas da fundação de Portugal, cedo se viu condenada a sair do anonimato.
Centro de uma unidade eclesial anterior à restauração da Igreja de Braga ocorrida no século XI, terá surgido certamente em época anterior a esta, em torno de um templo devotado a São Tiago.
HISTÓRIA
O primeiro donatário conhecido da terra de Priscos foi D. Gomes Pais, irmão de D. Gualdim Pais,
As primeiras notícias sobre Priscos recuam precisamente à sua demarcação eclesiástica, com a menção como paróquia devotada a Santiago nos finais do século XI. Pouco depois já se alude a um senhorio de âmbito feudal na posse de uma importante família do Entre-Douro-e-Minho.
Comunidade anterior à nacionalidade, terá surgido no decorrer da alta Idade Média, no período histórico que sucedeu à dominação visigótica e que, ao contrário do que a historiografia foi sugerindo, sabemos hoje que se verificou uma continuidade de ocupação humana nesta região durante a chamada dominação muçulmana da Península Ibérica e que deteria até alguma organização social. A evolução do processo de reconquista promovido sucessivamente pelos reinos cristãos, acabou por efetivar a dominação progressiva das terras pelas elites dominantes.
O primeiro donatário conhecido da terra de Priscos foi D. Gomes Pais, irmão de D. Gualdim Pais, que foi o quarto mestre dos Templários em Portugal, e filho de Dom Paio Ramires e de sua segunda mulher Dona Gontrode Soares, dos Correias de Fralães, que terá deixado “grande descendência, particularmente de Cunhas”. No início do século XVIII, na Corografia Portuguesa, ainda se desataca Priscos pelo facto de ter sido senhorio e lugar de residência de Dom Gomes Pais de Priscos. É muito provável que o seu espaço residencial se localizasse numa posição central relativamente ao território da freguesia, sendo plausível admitir a sua localização no sítio onde está presentemente a Igreja e Passal Paroquial. Muito próximo encontra-se o topónimo “Torre”, que poderá indiciar a sede espácio-temporal do senhorio de Priscos.

Gualdim Pais
Gualdim Pais é um dos protagonistas da Fundação da nossa nacionalidade. Natural da região de Braga, provavelmente da Terra de Faria, e oriundo de uma família da pequena nobreza minhota, foi segundo filho de D. Paio Ramires e de D.a Gontrode Soares, irmão de D. Gomes Pais de Priscos, de D.a Estevaínha Pais e de D.a Sancha Pais, terá nascido entre 1118 e 1120. Ingressando na Ordem do Templo, esteve durante cinco anos na Palestina, combatendo os muçulmanos. De regresso a Portugal foi nomeado Mestre da Ordem do Templo em Portugal, cargo que ocupou entre 1157 e 1195, assumindo um lugar de destaque na história desta dostemplários no nosso país, tendo mandado construir os castelos de Pombal, Tomar, Almourol, Idanha-a-Velha e Monsanto. Aliado de D. Afonso Henriques na conquista de territórios aos muçulmanos, alargou consideravelmente o domínio dos templários em Portugal, que controlavam treze castelos ao longo da fronteira, desempenhando um papel fundamental na defesa e repovoamento do reino. Morreu a 13 de outubro de 1195, tendo sido sepultado na Igreja de Santa Maria dos Olivais, em Tomar.
Certamente devido à sua relevância senhorial, foi também sede de uma vetusta comunidade cristã, já mencionada em pleno século XI no Censual de Entre Lima e Ave (1084-1091), documento cadastral elaborado na prelazia do Bispo D. Pedro, que restaurou a Igreja de Braga após o ano de 1070. No entanto, não se descarta a hipótese de ter existido em época anterior a esta data, uma pequena igreja ou ermida devotada a São Tiago e que, em torno dela, habitassem alguns moradores.
Ponto de passagem de um ancestral caminho de peregrinação para Santiago de Compostela,
Ligava Vila do Conde à cidade de Braga, passando por Rates e Arnoso antes de passar por Priscos, deve a sua pertinência à ponte sobre o rio Este que cruzava precisamente no seu território. Apesar de não integrar o percurso principal, que seguia desde o Porto pela antiga via romana junto à Veiga de Penso, terá tido especial utilização à construção da ponte de Barcelos sobre o rio Cávado no século XIV, que passou a concentrar o trânsito desde o litoral. Terá sido este caminho e a travessia privilegiada sobre o rio Este o eixo definidor da comunidade nos primeiros séculos da sua existência.
Abadia da apresentação da Mitra, a paróquia de Priscos foi obtendo singular primazia no seu entorno geográfico, detendo duas outras paróquias em sua dependência: São Tomé de Moimenta e São Mamede de Sezures. A extinção e união definitiva da paróquia de São Tomé de Moimenta com a paróquia de Santiago de Priscos sucedeu a 18 de novembro de 15991. Por sua vez, Sezures beneficiou de autonomia e integra hoje o território famalicense.
Administrativamente, Priscos integrou as Terras de Penafiel de Bastuço, comarca medieval que se encontrava sediada naquele vizinho castelo. O Castelo de Penafiel de Bastuço foi durante a Idade Média, e praticamente até à Idade de Moderna, o centro administrativo de um vasto território. Deste castelo, fortaleza militar que controlava o vale do rio Labriosque e já era mencionado no primitivo território do Condado Portucalense (MATTOSO, 1995), restam apenas escassos vestígios. Essa situação manter-se-ia no decorrer do século XV.
Priscos passou a integrar o concelho de Braga na reforma de 6 de novembro de 1836
Até esse momento pertencia à Comarca de Barcelos, tendo integrado o distrito e julgado de Penafiel de Bastuço, também da Comarca de Barcelos.
As suas gentes, cedo subjugadas ao poder do seu senhor, viveram essencialmente da agricultura, cultivando as terras férteis e criando os animais, beneficiando das condições excecionais do manancial que o rio Este permitia. Também derivado do rio eram os moinhos plantados ao longo das suas margens e cujos vestígios subsistem.
Distanciada a quase duas léguas da cidade de Braga, a construção da Estrada Real do Porto a Braga no ano de 1853 acabou por conceder uma nova centralidade ao território de Priscos, atravessado pelo seu traçado a nordeste, imediatamente após as famosas voltas de Macada, na vizinha freguesia de Vimieiro. Retirada do oblívio por esta rodovia, Priscos haveria de permanecer na ribalta na versão contemporânea da Estrada Nacional n.o 14, que haveria de provocar uma cisão no seu território, dificultando a comunicação entre os flancos discordantes da freguesia.
O património monumental de Priscos apresenta, além da Igreja Paroquial e seu Passal, reedificados no final do século XVIII, a Capela do Senhor dos Passos, a Casa e Capela de São Tomé de Moimenta, a ponte românica com suas alminhas, e o conjunto de moinhos existentes ao longo das margens do rio Este.







Inicialmente integrada nas Terras de Penafiel de Bastuço e Comarca de Barcelos, passou a integrar a jurisdição de Braga desde 1836. Sede de um senhorio medieval pertencente a um ilustre fidalgo, cuja família se fundou nas vizinhas Terras de Faria, era irmão do afamado D. Gualdim Pais de Marecos, um dos protagonistas da fundação de Portugal, cedo se viu condenada a sair do anonimato.
Centro de uma unidade eclesial anterior à restauração da Igreja de Braga ocorrida no século XI, terá surgido certamente em época anterior a esta, em torno de um templo devotado a São Tiago.
HISTÓRIA
O primeiro donatário conhecido da terra de Priscos foi D. Gomes Pais, irmão de D. Gualdim Pais,
As primeiras notícias sobre Priscos recuam precisamente à sua demarcação eclesiástica, com a menção como paróquia devotada a Santiago nos finais do século XI. Pouco depois já se alude a um senhorio de âmbito feudal na posse de uma importante família do Entre-Douro-e-Minho.
Comunidade anterior à nacionalidade, terá surgido no decorrer da alta Idade Média, no período histórico que sucedeu à dominação visigótica e que, ao contrário do que a historiografia foi sugerindo, sabemos hoje que se verificou uma continuidade de ocupação humana nesta região durante a chamada dominação muçulmana da Península Ibérica e que deteria até alguma organização social. A evolução do processo de reconquista promovido sucessivamente pelos reinos cristãos, acabou por efetivar a dominação progressiva das terras pelas elites dominantes.
O primeiro donatário conhecido da terra de Priscos foi D. Gomes Pais, irmão de D. Gualdim Pais, que foi o quarto mestre dos Templários em Portugal, e filho de Dom Paio Ramires e de sua segunda mulher Dona Gontrode Soares, dos Correias de Fralães, que terá deixado “grande descendência, particularmente de Cunhas”. No início do século XVIII, na Corografia Portuguesa, ainda se desataca Priscos pelo facto de ter sido senhorio e lugar de residência de Dom Gomes Pais de Priscos. É muito provável que o seu espaço residencial se localizasse numa posição central relativamente ao território da freguesia, sendo plausível admitir a sua localização no sítio onde está presentemente a Igreja e Passal Paroquial. Muito próximo encontra-se o topónimo “Torre”, que poderá indiciar a sede espácio-temporal do senhorio de Priscos.

Gualdim Pais
Gualdim Pais é um dos protagonistas da Fundação da nossa nacionalidade. Natural da região de Braga, provavelmente da Terra de Faria, e oriundo de uma família da pequena nobreza minhota, foi segundo filho de D. Paio Ramires e de D.a Gontrode Soares, irmão de D. Gomes Pais de Priscos, de D.a Estevaínha Pais e de D.a Sancha Pais, terá nascido entre 1118 e 1120. Ingressando na Ordem do Templo, esteve durante cinco anos na Palestina, combatendo os muçulmanos. De regresso a Portugal foi nomeado Mestre da Ordem do Templo em Portugal, cargo que ocupou entre 1157 e 1195, assumindo um lugar de destaque na história desta dostemplários no nosso país, tendo mandado construir os castelos de Pombal, Tomar, Almourol, Idanha-a-Velha e Monsanto. Aliado de D. Afonso Henriques na conquista de territórios aos muçulmanos, alargou consideravelmente o domínio dos templários em Portugal, que controlavam treze castelos ao longo da fronteira, desempenhando um papel fundamental na defesa e repovoamento do reino. Morreu a 13 de outubro de 1195, tendo sido sepultado na Igreja de Santa Maria dos Olivais, em Tomar.
Certamente devido à sua relevância senhorial, foi também sede de uma vetusta comunidade cristã, já mencionada em pleno século XI no Censual de Entre Lima e Ave (1084-1091), documento cadastral elaborado na prelazia do Bispo D. Pedro, que restaurou a Igreja de Braga após o ano de 1070. No entanto, não se descarta a hipótese de ter existido em época anterior a esta data, uma pequena igreja ou ermida devotada a São Tiago e que, em torno dela, habitassem alguns moradores.
Ponto de passagem de um ancestral caminho de peregrinação para Santiago de Compostela,
Ligava Vila do Conde à cidade de Braga, passando por Rates e Arnoso antes de passar por Priscos, deve a sua pertinência à ponte sobre o rio Este que cruzava precisamente no seu território. Apesar de não integrar o percurso principal, que seguia desde o Porto pela antiga via romana junto à Veiga de Penso, terá tido especial utilização à construção da ponte de Barcelos sobre o rio Cávado no século XIV, que passou a concentrar o trânsito desde o litoral. Terá sido este caminho e a travessia privilegiada sobre o rio Este o eixo definidor da comunidade nos primeiros séculos da sua existência.
Abadia da apresentação da Mitra, a paróquia de Priscos foi obtendo singular primazia no seu entorno geográfico, detendo duas outras paróquias em sua dependência: São Tomé de Moimenta e São Mamede de Sezures. A extinção e união definitiva da paróquia de São Tomé de Moimenta com a paróquia de Santiago de Priscos sucedeu a 18 de novembro de 15991. Por sua vez, Sezures beneficiou de autonomia e integra hoje o território famalicense.
Administrativamente, Priscos integrou as Terras de Penafiel de Bastuço, comarca medieval que se encontrava sediada naquele vizinho castelo. O Castelo de Penafiel de Bastuço foi durante a Idade Média, e praticamente até à Idade de Moderna, o centro administrativo de um vasto território. Deste castelo, fortaleza militar que controlava o vale do rio Labriosque e já era mencionado no primitivo território do Condado Portucalense (MATTOSO, 1995), restam apenas escassos vestígios. Essa situação manter-se-ia no decorrer do século XV.
Priscos passou a integrar o concelho de Braga na reforma de 6 de novembro de 1836
Até esse momento pertencia à Comarca de Barcelos, tendo integrado o distrito e julgado de Penafiel de Bastuço, também da Comarca de Barcelos.
As suas gentes, cedo subjugadas ao poder do seu senhor, viveram essencialmente da agricultura, cultivando as terras férteis e criando os animais, beneficiando das condições excecionais do manancial que o rio Este permitia. Também derivado do rio eram os moinhos plantados ao longo das suas margens e cujos vestígios subsistem.
Distanciada a quase duas léguas da cidade de Braga, a construção da Estrada Real do Porto a Braga no ano de 1853 acabou por conceder uma nova centralidade ao território de Priscos, atravessado pelo seu traçado a nordeste, imediatamente após as famosas voltas de Macada, na vizinha freguesia de Vimieiro. Retirada do oblívio por esta rodovia, Priscos haveria de permanecer na ribalta na versão contemporânea da Estrada Nacional n.o 14, que haveria de provocar uma cisão no seu território, dificultando a comunicação entre os flancos discordantes da freguesia.
O património monumental de Priscos apresenta, além da Igreja Paroquial e seu Passal, reedificados no final do século XVIII, a Capela do Senhor dos Passos, a Casa e Capela de São Tomé de Moimenta, a ponte românica com suas alminhas, e o conjunto de moinhos existentes ao longo das margens do rio Este.







HISTÓRIA
O primeiro donatário conhecido da terra de Priscos foi D. Gomes Pais, irmão de D. Gualdim Pais,
As primeiras notícias sobre Priscos recuam precisamente à sua demarcação eclesiástica, com a menção como paróquia devotada a Santiago nos finais do século XI. Pouco depois já se alude a um senhorio de âmbito feudal na posse de uma importante família do Entre-Douro-e-Minho.
Comunidade anterior à nacionalidade, terá surgido no decorrer da alta Idade Média, no período histórico que sucedeu à dominação visigótica e que, ao contrário do que a historiografia foi sugerindo, sabemos hoje que se verificou uma continuidade de ocupação humana nesta região durante a chamada dominação muçulmana da Península Ibérica e que deteria até alguma organização social. A evolução do processo de reconquista promovido sucessivamente pelos reinos cristãos, acabou por efetivar a dominação progressiva das terras pelas elites dominantes.
O primeiro donatário conhecido da terra de Priscos foi D. Gomes Pais, irmão de D. Gualdim Pais, que foi o quarto mestre dos Templários em Portugal, e filho de Dom Paio Ramires e de sua segunda mulher Dona Gontrode Soares, dos Correias de Fralães, que terá deixado “grande descendência, particularmente de Cunhas”. No início do século XVIII, na Corografia Portuguesa, ainda se desataca Priscos pelo facto de ter sido senhorio e lugar de residência de Dom Gomes Pais de Priscos. É muito provável que o seu espaço residencial se localizasse numa posição central relativamente ao território da freguesia, sendo plausível admitir a sua localização no sítio onde está presentemente a Igreja e Passal Paroquial. Muito próximo encontra-se o topónimo “Torre”, que poderá indiciar a sede espácio-temporal do senhorio de Priscos.

Gualdim Pais
Gualdim Pais é um dos protagonistas da Fundação da nossa nacionalidade. Natural da região de Braga, provavelmente da Terra de Faria, e oriundo de uma família da pequena nobreza minhota, foi segundo filho de D. Paio Ramires e de D.a Gontrode Soares, irmão de D. Gomes Pais de Priscos, de D.a Estevaínha Pais e de D.a Sancha Pais, terá nascido entre 1118 e 1120. Ingressando na Ordem do Templo, esteve durante cinco anos na Palestina, combatendo os muçulmanos. De regresso a Portugal foi nomeado Mestre da Ordem do Templo em Portugal, cargo que ocupou entre 1157 e 1195, assumindo um lugar de destaque na história desta dostemplários no nosso país, tendo mandado construir os castelos de Pombal, Tomar, Almourol, Idanha-a-Velha e Monsanto. Aliado de D. Afonso Henriques na conquista de territórios aos muçulmanos, alargou consideravelmente o domínio dos templários em Portugal, que controlavam treze castelos ao longo da fronteira, desempenhando um papel fundamental na defesa e repovoamento do reino. Morreu a 13 de outubro de 1195, tendo sido sepultado na Igreja de Santa Maria dos Olivais, em Tomar.
Certamente devido à sua relevância senhorial, foi também sede de uma vetusta comunidade cristã, já mencionada em pleno século XI no Censual de Entre Lima e Ave (1084-1091), documento cadastral elaborado na prelazia do Bispo D. Pedro, que restaurou a Igreja de Braga após o ano de 1070. No entanto, não se descarta a hipótese de ter existido em época anterior a esta data, uma pequena igreja ou ermida devotada a São Tiago e que, em torno dela, habitassem alguns moradores.
Ponto de passagem de um ancestral caminho de peregrinação para Santiago de Compostela,
Ligava Vila do Conde à cidade de Braga, passando por Rates e Arnoso antes de passar por Priscos, deve a sua pertinência à ponte sobre o rio Este que cruzava precisamente no seu território. Apesar de não integrar o percurso principal, que seguia desde o Porto pela antiga via romana junto à Veiga de Penso, terá tido especial utilização à construção da ponte de Barcelos sobre o rio Cávado no século XIV, que passou a concentrar o trânsito desde o litoral. Terá sido este caminho e a travessia privilegiada sobre o rio Este o eixo definidor da comunidade nos primeiros séculos da sua existência.
Abadia da apresentação da Mitra, a paróquia de Priscos foi obtendo singular primazia no seu entorno geográfico, detendo duas outras paróquias em sua dependência: São Tomé de Moimenta e São Mamede de Sezures. A extinção e união definitiva da paróquia de São Tomé de Moimenta com a paróquia de Santiago de Priscos sucedeu a 18 de novembro de 15991. Por sua vez, Sezures beneficiou de autonomia e integra hoje o território famalicense.
Administrativamente, Priscos integrou as Terras de Penafiel de Bastuço, comarca medieval que se encontrava sediada naquele vizinho castelo. O Castelo de Penafiel de Bastuço foi durante a Idade Média, e praticamente até à Idade de Moderna, o centro administrativo de um vasto território. Deste castelo, fortaleza militar que controlava o vale do rio Labriosque e já era mencionado no primitivo território do Condado Portucalense (MATTOSO, 1995), restam apenas escassos vestígios. Essa situação manter-se-ia no decorrer do século XV.
Priscos passou a integrar o concelho de Braga na reforma de 6 de novembro de 1836
Até esse momento pertencia à Comarca de Barcelos, tendo integrado o distrito e julgado de Penafiel de Bastuço, também da Comarca de Barcelos.
As suas gentes, cedo subjugadas ao poder do seu senhor, viveram essencialmente da agricultura, cultivando as terras férteis e criando os animais, beneficiando das condições excecionais do manancial que o rio Este permitia. Também derivado do rio eram os moinhos plantados ao longo das suas margens e cujos vestígios subsistem.
Distanciada a quase duas léguas da cidade de Braga, a construção da Estrada Real do Porto a Braga no ano de 1853 acabou por conceder uma nova centralidade ao território de Priscos, atravessado pelo seu traçado a nordeste, imediatamente após as famosas voltas de Macada, na vizinha freguesia de Vimieiro. Retirada do oblívio por esta rodovia, Priscos haveria de permanecer na ribalta na versão contemporânea da Estrada Nacional n.o 14, que haveria de provocar uma cisão no seu território, dificultando a comunicação entre os flancos discordantes da freguesia.
O património monumental de Priscos apresenta, além da Igreja Paroquial e seu Passal, reedificados no final do século XVIII, a Capela do Senhor dos Passos, a Casa e Capela de São Tomé de Moimenta, a ponte românica com suas alminhas, e o conjunto de moinhos existentes ao longo das margens do rio Este.







TOPONÍMIA
Através da análise à documentação mais antiga onde se refere o nome de Priscos temos conhecimento da sua evolução toponímica, que apresenta ligeira variação no decorrer da Idade Média, prevalecendo o vocábulo “Piiscos” como o mais frequente.
O termo poderá encontrar um fundamento nos homógrafos piscos, pequenos pássaros de penugem ruborizada que já eram frequentes no território português no final da Idade Média. O topónimo atual ter-se-á tornado corrente a partir do final do século XVII.
A toponímia é um elemento fundamental para o estudo da origem de determinada localidade. O nome pelo qual ficou conhecida corresponde geralmente a um elemento determinado da sua identidade, que o tempo e a comunidade acabou por assimilar. No caso concreto de Priscos conseguimos aferir a sua evolução toponímica através das diversas menções nas documentações mais ancestrais disponíveis, não ficando, no entanto, totalmente esclarecida a sua semântica.
Uma incursão num qualquer dicionário da língua portuguesa informa-nos que a palavra “prisco” existe e significa “antigo”, “velho” ou “antiquado”. Estaria aparentemente resolvido o enigma toponímico, não tivesse o topónimo variado ao longo do tempo.
A partir dos estudos promovidos por Avelino Jesus da Costa no seu trabalho “O Bispo D. Pedro e a organização da Arquidiocese de Braga” conseguimos perceber que Priscos é uma das paróquias subsistentes no período da Reconquista, estando já formada como comunidade no final do século XI. Apesar de coexistirem outras variações toponímicas como “Pidiscos” ou “Piiscyos”, o topónimo mais recorrente na documentação é “Piiscos”, que corresponderá, plausivelmente, à designação primitiva da comunidade.
Na etimologia da palavra encontramos um possível vínculo com os piscos, uma espécie ornitológica pequenas aves da família dos muscicapídeos (Muscicapidae). Esta possibilidade é sublinhada na análise às Inquirições de D. Afonso III, documento datado de 1258, no qual ficaram registadas as espécies de aves, muitas que costumavam frequentar o Noroeste português, cuja presença é possível aferir perscrutando a toponímia, entre as quais se contam também os piscos (Gonçalves, 2012: 144).

Os piscos
O pisco é um pequeno pássaro, com denominação científica de “Erithacus rubecula”, que apresenta uma aparência roliça e penugem vermelho-alaranjada. No inverno, o pisco-de- peito-ruivo é das aves mais comuns em todo o território de Portugal, com o seu peito vermelho-alaranjado que o torna fácil de avistar. Na Primavera/Verão é mais abundante a norte do Tejo, nos Açores e na Madeira. Costuma fazer ninho entre as raízes de uma árvore ou em ramos de arbustos, alimentando-se de pequenos insetos, aranhas e minhocas, azeitonas e bagas.Muito territoriais, a presença dos piscos costuma fazer-se notar através do seu canto insistente e sonoroso. Os casais de piscos podem acasalar até quatro vezes por ano,competindo ao macho a defesa e a alimentação. Depois do nascimento das crias, é também ele quem se responsabiliza pelas crias enquanto ainda não sabem voar.
Devido ao ritmo do seu canto – que se assemelha ao som de duas pequenas pedras a bater uma na outra – terá sido a inspiração de Chopin na sua “Grande Polonaise Brillante”.
A designação “Piiscos” derivou para “Piscos” no decorrer do século XVI.
Aparecendo ainda vigente no início do século XVIII, nomeadamente na referência ao território da freguesia que é mencionada na “Corografia Portuguesa”. A evolução linguística para o atual topónimo, com passagem de “p” para “pr” terá ocorrido no decorrer da Idade Moderna, dado que o atual topónimo já aparece devidamente referenciado nas “Memórias Paroquiais” elaboradas no ano de 1758.
Baseando-se em anteriores cartografias e compêndios, a “Corografia Portuguesa” possivelmente não terá procedido à devida atualização do topónimo, por isso mesmo, acreditamos que a atual designação já pudesse estar em uso no final do século XVII. No livro de registos de batismo da Paróquia de S. Tiago de Priscos, iniciado em 1674, ainda aparece a designação toponímica de “Piscos”
TOPONÍMIA
Através da análise à documentação mais antiga onde se refere o nome de Priscos temos conhecimento da sua evolução toponímica, que apresenta ligeira variação no decorrer da Idade Média, prevalecendo o vocábulo “Piiscos” como o mais frequente.
O termo poderá encontrar um fundamento nos homógrafos piscos, pequenos pássaros de penugem ruborizada que já eram frequentes no território português no final da Idade Média. O topónimo atual ter-se-á tornado corrente a partir do final do século XVII.
A toponímia é um elemento fundamental para o estudo da origem de determinada localidade. O nome pelo qual ficou conhecida corresponde geralmente a um elemento determinado da sua identidade, que o tempo e a comunidade acabou por assimilar. No caso concreto de Priscos conseguimos aferir a sua evolução toponímica através das diversas menções nas documentações mais ancestrais disponíveis, não ficando, no entanto, totalmente esclarecida a sua semântica.
Uma incursão num qualquer dicionário da língua portuguesa informa-nos que a palavra “prisco” existe e significa “antigo”, “velho” ou “antiquado”. Estaria aparentemente resolvido o enigma toponímico, não tivesse o topónimo variado ao longo do tempo.
A partir dos estudos promovidos por Avelino Jesus da Costa no seu trabalho “O Bispo D. Pedro e a organização da Arquidiocese de Braga” conseguimos perceber que Priscos é uma das paróquias subsistentes no período da Reconquista, estando já formada como comunidade no final do século XI. Apesar de coexistirem outras variações toponímicas como “Pidiscos” ou “Piiscyos”, o topónimo mais recorrente na documentação é “Piiscos”, que corresponderá, plausivelmente, à designação primitiva da comunidade.
Na etimologia da palavra encontramos um possível vínculo com os piscos, uma espécie ornitológica pequenas aves da família dos muscicapídeos (Muscicapidae). Esta possibilidade é sublinhada na análise às Inquirições de D. Afonso III, documento datado de 1258, no qual ficaram registadas as espécies de aves, muitas que costumavam frequentar o Noroeste português, cuja presença é possível aferir perscrutando a toponímia, entre as quais se contam também os piscos (Gonçalves, 2012: 144).

Os piscos
O pisco é um pequeno pássaro, com denominação científica de “Erithacus rubecula”, que apresenta uma aparência roliça e penugem vermelho-alaranjada. No inverno, o pisco-de- peito-ruivo é das aves mais comuns em todo o território de Portugal, com o seu peito vermelho-alaranjado que o torna fácil de avistar. Na Primavera/Verão é mais abundante a norte do Tejo, nos Açores e na Madeira. Costuma fazer ninho entre as raízes de uma árvore ou em ramos de arbustos, alimentando-se de pequenos insetos, aranhas e minhocas, azeitonas e bagas.Muito territoriais, a presença dos piscos costuma fazer-se notar através do seu canto insistente e sonoroso. Os casais de piscos podem acasalar até quatro vezes por ano,competindo ao macho a defesa e a alimentação. Depois do nascimento das crias, é também ele quem se responsabiliza pelas crias enquanto ainda não sabem voar.
Devido ao ritmo do seu canto – que se assemelha ao som de duas pequenas pedras a bater uma na outra – terá sido a inspiração de Chopin na sua “Grande Polonaise Brillante”.
A designação “Piiscos” derivou para “Piscos” no decorrer do século XVI.
Aparecendo ainda vigente no início do século XVIII, nomeadamente na referência ao território da freguesia que é mencionada na “Corografia Portuguesa”. A evolução linguística para o atual topónimo, com passagem de “p” para “pr” terá ocorrido no decorrer da Idade Moderna, dado que o atual topónimo já aparece devidamente referenciado nas “Memórias Paroquiais” elaboradas no ano de 1758.
Baseando-se em anteriores cartografias e compêndios, a “Corografia Portuguesa” possivelmente não terá procedido à devida atualização do topónimo, por isso mesmo, acreditamos que a atual designação já pudesse estar em uso no final do século XVII. No livro de registos de batismo da Paróquia de S. Tiago de Priscos, iniciado em 1674, ainda aparece a designação toponímica de “Piscos”
TOPONÍMIA
Através da análise à documentação mais antiga onde se refere o nome de Priscos temos conhecimento da sua evolução toponímica, que apresenta ligeira variação no decorrer da Idade Média, prevalecendo o vocábulo “Piiscos” como o mais frequente.
O termo poderá encontrar um fundamento nos homógrafos piscos, pequenos pássaros de penugem ruborizada que já eram frequentes no território português no final da Idade Média. O topónimo atual ter-se-á tornado corrente a partir do final do século XVII.
A toponímia é um elemento fundamental para o estudo da origem de determinada localidade. O nome pelo qual ficou conhecida corresponde geralmente a um elemento determinado da sua identidade, que o tempo e a comunidade acabou por assimilar. No caso concreto de Priscos conseguimos aferir a sua evolução toponímica através das diversas menções nas documentações mais ancestrais disponíveis, não ficando, no entanto, totalmente esclarecida a sua semântica.
Uma incursão num qualquer dicionário da língua portuguesa informa-nos que a palavra “prisco” existe e significa “antigo”, “velho” ou “antiquado”. Estaria aparentemente resolvido o enigma toponímico, não tivesse o topónimo variado ao longo do tempo.
A partir dos estudos promovidos por Avelino Jesus da Costa no seu trabalho “O Bispo D. Pedro e a organização da Arquidiocese de Braga” conseguimos perceber que Priscos é uma das paróquias subsistentes no período da Reconquista, estando já formada como comunidade no final do século XI. Apesar de coexistirem outras variações toponímicas como “Pidiscos” ou “Piiscyos”, o topónimo mais recorrente na documentação é “Piiscos”, que corresponderá, plausivelmente, à designação primitiva da comunidade.
Na etimologia da palavra encontramos um possível vínculo com os piscos, uma espécie ornitológica pequenas aves da família dos muscicapídeos (Muscicapidae). Esta possibilidade é sublinhada na análise às Inquirições de D. Afonso III, documento datado de 1258, no qual ficaram registadas as espécies de aves, muitas que costumavam frequentar o Noroeste português, cuja presença é possível aferir perscrutando a toponímia, entre as quais se contam também os piscos (Gonçalves, 2012: 144).

Os piscos
O pisco é um pequeno pássaro, com denominação científica de “Erithacus rubecula”, que apresenta uma aparência roliça e penugem vermelho-alaranjada. No inverno, o pisco-de- peito-ruivo é das aves mais comuns em todo o território de Portugal, com o seu peito vermelho-alaranjado que o torna fácil de avistar. Na Primavera/Verão é mais abundante a norte do Tejo, nos Açores e na Madeira. Costuma fazer ninho entre as raízes de uma árvore ou em ramos de arbustos, alimentando-se de pequenos insetos, aranhas e minhocas, azeitonas e bagas.Muito territoriais, a presença dos piscos costuma fazer-se notar através do seu canto insistente e sonoroso. Os casais de piscos podem acasalar até quatro vezes por ano,competindo ao macho a defesa e a alimentação. Depois do nascimento das crias, é também ele quem se responsabiliza pelas crias enquanto ainda não sabem voar.
Devido ao ritmo do seu canto – que se assemelha ao som de duas pequenas pedras a bater uma na outra – terá sido a inspiração de Chopin na sua “Grande Polonaise Brillante”.
A designação “Piiscos” derivou para “Piscos” no decorrer do século XVI.
Aparecendo ainda vigente no início do século XVIII, nomeadamente na referência ao território da freguesia que é mencionada na “Corografia Portuguesa”. A evolução linguística para o atual topónimo, com passagem de “p” para “pr” terá ocorrido no decorrer da Idade Moderna, dado que o atual topónimo já aparece devidamente referenciado nas “Memórias Paroquiais” elaboradas no ano de 1758.
Baseando-se em anteriores cartografias e compêndios, a “Corografia Portuguesa” possivelmente não terá procedido à devida atualização do topónimo, por isso mesmo, acreditamos que a atual designação já pudesse estar em uso no final do século XVII. No livro de registos de batismo da Paróquia de S. Tiago de Priscos, iniciado em 1674, ainda aparece a designação toponímica de “Piscos”
TERRITÓRIO E POPULAÇÃO
Com um território de 3,65 km², com características ainda eminentemente rurais, Priscos localiza-se no vale do rio Este, distando cerca de 7 km do centro da cidade de Braga.
A sudeste é ponto de passagem das principais rodovias que ligam à cidade do Porto, limitado a nascente pela falda do monte de Nossa Senhora de Fátima, que margina a Veiga de Penso, e a poente pelos contrafortes do monte Eiro.
Distando cerca de sete quilómetros do centro da cidade de Braga, encontra-se no limite da área urbana do concelho, sendo considerada de estatuto periurbano, apesar de ainda apresentar algumas áreas com características eminentemente rurais.
Confinando com as freguesias de Vimieiro, Fradelos, São Pedro de Oliveira, Tadim, Ruílhe e Tebosa, é constituída pelos lugares da Igreja, Torre, Ramalhosa, Rabaçal, Ossada, Boca, Azevido, Castanheiro, Borreiros, Moinhos, Ossada, Bica da Cola, Castro, Várzea, Souto, Manganas, Outeiro, São Tomé, Moimenta, Marco, Macada e Pinheiral. É atravessada a noroeste pelo rio Este e também por um dos seus afluentes, a ribeira de Priscos. Junto dos seus eflúvios se ergue conjunto de quatro moinhos – Castanheiro, Pias, Esperança e Crasto – que testemunham outra das ancestrais atividades económicas da freguesia.
Significativamente urbanizada, com particular incidência nos limites das estradas que atravessam o seu território, a freguesia de Priscos indicia alguma desorganização urbanística derivado dos múltiplos empreendimentos industriais espalhados desordenadamente na paisagem. É rasgada na sua extremidade sudeste pela Estrada Nacional n.º 14, que faz a ligação a Vila Nova de Famalicão e ao Porto, e também pela Autoestrada n.º 3. A noroeste é atravessada pelo Caminho Municipal 1310 e pela Estrada Municipal n.º 5621. Sensivelmente ao centro do seu território passa a Estrada Nacional n.º 103-2.
A fertilidade das suas terras foi fundamento para uma significativa fixação de populações, cuja atividade principal era a agricultura e a pecuária, tal como ainda hoje se pode testemunhar.
Através da análise às Inquirições Gerais de 1258 percebemos que o cultivo da castanha nas Terras de Penafiel de Bastuço seria intenso, mas também se registava o cultivo do milho. Apesar da sua incidência não ser tão relevante como nos nossos dias, verificamos que em Pousa (então designada de Santa Cristina de Algoso), também pertença do julgado de Penafiel de Bastuço, já se pagavam tributos com recurso ao milho cultivado (Amaral & Melo, 2012: 104).
A abundância das suas terras está igualmente sublinhada no “Portugal Antigo e Moderno”, onde se refere que é “terra muito fértil em todos os géneros agrícolas”, referindo-se também como relevante a criação e exportação de gado. Também José Augusto Vieira, no seu “Minho Pitoresco” refere a existência das vinhas de enforcado.
Na sua área florestal, localizada fundamentalmente na extremidade sudoeste ainda é possível observar-se as espécies autóctones de carvalhos e castanheiros, sendo, contudo, dominada maioritariamente por eucaliptos.
Segundo os últimos Censos, Priscos detém atualmente 1256 habitantes. Com uma densidade populacional a rondar os 350 habitantes por Km², que confirma a sua relevância no contexto das freguesias periurbanas bracarenses. Apesar de um decréscimo verificado na última década, após a crise migratória que marcou o final do Estado Novo, a população de Priscos continuamente cresceu, tendo estabilizado acima do milhar de habitantes no último meio século.
Apesar das características tendencialmente rurais perdurarem até aos nossos dias, Priscos foi afirmando um elevado índice populacional no contexto do vale do Este. Analisando a evolução demográfica de Priscos, podemos considerar que se destacava no seu entorno geográfico também neste âmbito. Antiga terra senhorial e sede de uma paróquia com supremacia pastoral sobre outras, a sua ocupação humana também se exibiu acedente.
Antes da contagem oficial da população portuguesa iniciado em 1864, temos disponíveis alguns dados referentes aos períodos anteriores. A primeira estimativa demográfica data de 1527 e refere-se ao numeramento ordenado por D. João III, no qual Priscos contava 140 habitantes (Fernandes, 2015). Na Corografia Portuguesa, em 1706, aparece como tendo “setenta vizinhos”, o que poderá corresponder a uma população a rondar as três centenas. Em 1757, no “Portugal Sacro-Profano” de Paulo Dias de Niza, Priscos aparecia mencionada com 93 vizinhos, o que significa uma tendência demográfica crescente. Terá sido significativo o crescimento demográfico da freguesia entre meados do século XVIII e o mesmo período da centúria seguinte, já que o número de fogos cresceu de 93 em 1757 para 130 em 1873 (Pinho Leal, 1873).
Através do Censo de Custódio José Gomes de Villas-Boas, datado de 1794-1795, a freguesia de Santiago de Priscos e Moimenta contava com 419 habitantes. Quatro décadas mais tarde verifica-se novo crescimento. Pela consulta ao mapa anexo ao Decreto de 3 de junho de 1834 sabemos que Priscos tinha passado a contar 480 habitantes.
A partir das contagens oficias da população realizadas a partir da segunda metade do século XIX, percebemos um crescimento contínuo da população, em consonância com o que sucedia no restante território do Concelho de Braga. Exceção apenas para uma ligeira redução verificada na década 1911-1920, que se deveu fundamentalmente à mortalidade provocada pela gripe pneumónica e certamente pela participação portuguesa na 1.ª Guerra Mundial. O surto migratório verificado no final do Estado Novo, também aparece devidamente refletido numa análise demográfica.
Com o advento da democracia em Portugal, acompanhado do surto de desenvolvimento em que o território bracarense mergulhou, o território de Priscos viu a sua população a crescer exponencialmente. Por isso mesmo, no último meio século tem-se verificado uma especial evolução demográfica, pese a redução de 6,3% verificada na última década, estando a população de Priscos situada acima do milhar de habitantes.
TERRITÓRIO E POPULAÇÃO
Com um território de 3,65 km², com características ainda eminentemente rurais, Priscos localiza-se no vale do rio Este, distando cerca de 7 km do centro da cidade de Braga.
A sudeste é ponto de passagem das principais rodovias que ligam à cidade do Porto, limitado a nascente pela falda do monte de Nossa Senhora de Fátima, que margina a Veiga de Penso, e a poente pelos contrafortes do monte Eiro.
Distando cerca de sete quilómetros do centro da cidade de Braga, encontra-se no limite da área urbana do concelho, sendo considerada de estatuto periurbano, apesar de ainda apresentar algumas áreas com características eminentemente rurais.
Confinando com as freguesias de Vimieiro, Fradelos, São Pedro de Oliveira, Tadim, Ruílhe e Tebosa, é constituída pelos lugares da Igreja, Torre, Ramalhosa, Rabaçal, Ossada, Boca, Azevido, Castanheiro, Borreiros, Moinhos, Ossada, Bica da Cola, Castro, Várzea, Souto, Manganas, Outeiro, São Tomé, Moimenta, Marco, Macada e Pinheiral. É atravessada a noroeste pelo rio Este e também por um dos seus afluentes, a ribeira de Priscos. Junto dos seus eflúvios se ergue conjunto de quatro moinhos – Castanheiro, Pias, Esperança e Crasto – que testemunham outra das ancestrais atividades económicas da freguesia.
Significativamente urbanizada, com particular incidência nos limites das estradas que atravessam o seu território, a freguesia de Priscos indicia alguma desorganização urbanística derivado dos múltiplos empreendimentos industriais espalhados desordenadamente na paisagem. É rasgada na sua extremidade sudeste pela Estrada Nacional n.º 14, que faz a ligação a Vila Nova de Famalicão e ao Porto, e também pela Autoestrada n.º 3. A noroeste é atravessada pelo Caminho Municipal 1310 e pela Estrada Municipal n.º 5621. Sensivelmente ao centro do seu território passa a Estrada Nacional n.º 103-2.
A fertilidade das suas terras foi fundamento para uma significativa fixação de populações, cuja atividade principal era a agricultura e a pecuária, tal como ainda hoje se pode testemunhar.
Através da análise às Inquirições Gerais de 1258 percebemos que o cultivo da castanha nas Terras de Penafiel de Bastuço seria intenso, mas também se registava o cultivo do milho. Apesar da sua incidência não ser tão relevante como nos nossos dias, verificamos que em Pousa (então designada de Santa Cristina de Algoso), também pertença do julgado de Penafiel de Bastuço, já se pagavam tributos com recurso ao milho cultivado (Amaral & Melo, 2012: 104).
A abundância das suas terras está igualmente sublinhada no “Portugal Antigo e Moderno”, onde se refere que é “terra muito fértil em todos os géneros agrícolas”, referindo-se também como relevante a criação e exportação de gado. Também José Augusto Vieira, no seu “Minho Pitoresco” refere a existência das vinhas de enforcado.
Na sua área florestal, localizada fundamentalmente na extremidade sudoeste ainda é possível observar-se as espécies autóctones de carvalhos e castanheiros, sendo, contudo, dominada maioritariamente por eucaliptos.
Segundo os últimos Censos, Priscos detém atualmente 1256 habitantes. Com uma densidade populacional a rondar os 350 habitantes por Km², que confirma a sua relevância no contexto das freguesias periurbanas bracarenses. Apesar de um decréscimo verificado na última década, após a crise migratória que marcou o final do Estado Novo, a população de Priscos continuamente cresceu, tendo estabilizado acima do milhar de habitantes no último meio século.
Apesar das características tendencialmente rurais perdurarem até aos nossos dias, Priscos foi afirmando um elevado índice populacional no contexto do vale do Este. Analisando a evolução demográfica de Priscos, podemos considerar que se destacava no seu entorno geográfico também neste âmbito. Antiga terra senhorial e sede de uma paróquia com supremacia pastoral sobre outras, a sua ocupação humana também se exibiu acedente.
Antes da contagem oficial da população portuguesa iniciado em 1864, temos disponíveis alguns dados referentes aos períodos anteriores. A primeira estimativa demográfica data de 1527 e refere-se ao numeramento ordenado por D. João III, no qual Priscos contava 140 habitantes (Fernandes, 2015). Na Corografia Portuguesa, em 1706, aparece como tendo “setenta vizinhos”, o que poderá corresponder a uma população a rondar as três centenas. Em 1757, no “Portugal Sacro-Profano” de Paulo Dias de Niza, Priscos aparecia mencionada com 93 vizinhos, o que significa uma tendência demográfica crescente. Terá sido significativo o crescimento demográfico da freguesia entre meados do século XVIII e o mesmo período da centúria seguinte, já que o número de fogos cresceu de 93 em 1757 para 130 em 1873 (Pinho Leal, 1873).
Através do Censo de Custódio José Gomes de Villas-Boas, datado de 1794-1795, a freguesia de Santiago de Priscos e Moimenta contava com 419 habitantes. Quatro décadas mais tarde verifica-se novo crescimento. Pela consulta ao mapa anexo ao Decreto de 3 de junho de 1834 sabemos que Priscos tinha passado a contar 480 habitantes.
A partir das contagens oficias da população realizadas a partir da segunda metade do século XIX, percebemos um crescimento contínuo da população, em consonância com o que sucedia no restante território do Concelho de Braga. Exceção apenas para uma ligeira redução verificada na década 1911-1920, que se deveu fundamentalmente à mortalidade provocada pela gripe pneumónica e certamente pela participação portuguesa na 1.ª Guerra Mundial. O surto migratório verificado no final do Estado Novo, também aparece devidamente refletido numa análise demográfica.
Com o advento da democracia em Portugal, acompanhado do surto de desenvolvimento em que o território bracarense mergulhou, o território de Priscos viu a sua população a crescer exponencialmente. Por isso mesmo, no último meio século tem-se verificado uma especial evolução demográfica, pese a redução de 6,3% verificada na última década, estando a população de Priscos situada acima do milhar de habitantes.
TERRITÓRIO E POPULAÇÃO
Com um território de 3,65 km², com características ainda eminentemente rurais, Priscos localiza-se no vale do rio Este, distando cerca de 7 km do centro da cidade de Braga.
A sudeste é ponto de passagem das principais rodovias que ligam à cidade do Porto, limitado a nascente pela falda do monte de Nossa Senhora de Fátima, que margina a Veiga de Penso, e a poente pelos contrafortes do monte Eiro.
Distando cerca de sete quilómetros do centro da cidade de Braga, encontra-se no limite da área urbana do concelho, sendo considerada de estatuto periurbano, apesar de ainda apresentar algumas áreas com características eminentemente rurais.
Confinando com as freguesias de Vimieiro, Fradelos, São Pedro de Oliveira, Tadim, Ruílhe e Tebosa, é constituída pelos lugares da Igreja, Torre, Ramalhosa, Rabaçal, Ossada, Boca, Azevido, Castanheiro, Borreiros, Moinhos, Ossada, Bica da Cola, Castro, Várzea, Souto, Manganas, Outeiro, São Tomé, Moimenta, Marco, Macada e Pinheiral. É atravessada a noroeste pelo rio Este e também por um dos seus afluentes, a ribeira de Priscos. Junto dos seus eflúvios se ergue conjunto de quatro moinhos – Castanheiro, Pias, Esperança e Crasto – que testemunham outra das ancestrais atividades económicas da freguesia.
Significativamente urbanizada, com particular incidência nos limites das estradas que atravessam o seu território, a freguesia de Priscos indicia alguma desorganização urbanística derivado dos múltiplos empreendimentos industriais espalhados desordenadamente na paisagem. É rasgada na sua extremidade sudeste pela Estrada Nacional n.º 14, que faz a ligação a Vila Nova de Famalicão e ao Porto, e também pela Autoestrada n.º 3. A noroeste é atravessada pelo Caminho Municipal 1310 e pela Estrada Municipal n.º 5621. Sensivelmente ao centro do seu território passa a Estrada Nacional n.º 103-2.
A fertilidade das suas terras foi fundamento para uma significativa fixação de populações, cuja atividade principal era a agricultura e a pecuária, tal como ainda hoje se pode testemunhar.
Através da análise às Inquirições Gerais de 1258 percebemos que o cultivo da castanha nas Terras de Penafiel de Bastuço seria intenso, mas também se registava o cultivo do milho. Apesar da sua incidência não ser tão relevante como nos nossos dias, verificamos que em Pousa (então designada de Santa Cristina de Algoso), também pertença do julgado de Penafiel de Bastuço, já se pagavam tributos com recurso ao milho cultivado (Amaral & Melo, 2012: 104).
A abundância das suas terras está igualmente sublinhada no “Portugal Antigo e Moderno”, onde se refere que é “terra muito fértil em todos os géneros agrícolas”, referindo-se também como relevante a criação e exportação de gado. Também José Augusto Vieira, no seu “Minho Pitoresco” refere a existência das vinhas de enforcado.
Na sua área florestal, localizada fundamentalmente na extremidade sudoeste ainda é possível observar-se as espécies autóctones de carvalhos e castanheiros, sendo, contudo, dominada maioritariamente por eucaliptos.
Segundo os últimos Censos, Priscos detém atualmente 1256 habitantes. Com uma densidade populacional a rondar os 350 habitantes por Km², que confirma a sua relevância no contexto das freguesias periurbanas bracarenses. Apesar de um decréscimo verificado na última década, após a crise migratória que marcou o final do Estado Novo, a população de Priscos continuamente cresceu, tendo estabilizado acima do milhar de habitantes no último meio século.
Apesar das características tendencialmente rurais perdurarem até aos nossos dias, Priscos foi afirmando um elevado índice populacional no contexto do vale do Este. Analisando a evolução demográfica de Priscos, podemos considerar que se destacava no seu entorno geográfico também neste âmbito. Antiga terra senhorial e sede de uma paróquia com supremacia pastoral sobre outras, a sua ocupação humana também se exibiu acedente.
Antes da contagem oficial da população portuguesa iniciado em 1864, temos disponíveis alguns dados referentes aos períodos anteriores. A primeira estimativa demográfica data de 1527 e refere-se ao numeramento ordenado por D. João III, no qual Priscos contava 140 habitantes (Fernandes, 2015). Na Corografia Portuguesa, em 1706, aparece como tendo “setenta vizinhos”, o que poderá corresponder a uma população a rondar as três centenas. Em 1757, no “Portugal Sacro-Profano” de Paulo Dias de Niza, Priscos aparecia mencionada com 93 vizinhos, o que significa uma tendência demográfica crescente. Terá sido significativo o crescimento demográfico da freguesia entre meados do século XVIII e o mesmo período da centúria seguinte, já que o número de fogos cresceu de 93 em 1757 para 130 em 1873 (Pinho Leal, 1873).
Através do Censo de Custódio José Gomes de Villas-Boas, datado de 1794-1795, a freguesia de Santiago de Priscos e Moimenta contava com 419 habitantes. Quatro décadas mais tarde verifica-se novo crescimento. Pela consulta ao mapa anexo ao Decreto de 3 de junho de 1834 sabemos que Priscos tinha passado a contar 480 habitantes.
A partir das contagens oficias da população realizadas a partir da segunda metade do século XIX, percebemos um crescimento contínuo da população, em consonância com o que sucedia no restante território do Concelho de Braga. Exceção apenas para uma ligeira redução verificada na década 1911-1920, que se deveu fundamentalmente à mortalidade provocada pela gripe pneumónica e certamente pela participação portuguesa na 1.ª Guerra Mundial. O surto migratório verificado no final do Estado Novo, também aparece devidamente refletido numa análise demográfica.
Com o advento da democracia em Portugal, acompanhado do surto de desenvolvimento em que o território bracarense mergulhou, o território de Priscos viu a sua população a crescer exponencialmente. Por isso mesmo, no último meio século tem-se verificado uma especial evolução demográfica, pese a redução de 6,3% verificada na última década, estando a população de Priscos situada acima do milhar de habitantes.