OS ABADES DE PRISCOS
OS ABADES DE PRISCOS
OS ABADES DE PRISCOS
Os Abades são os maiores protagonistas da história de Priscos. A terra é conhecida essencialmente pelos feitos dos seus sucessivos titulares paroquiais, seja pelas as armas, pela colher de pau ou pela manjedoura.
Os Abades são os maiores protagonistas da história de Priscos. A terra é conhecida essencialmente pelos feitos dos seus sucessivos titulares paroquiais, seja pelas as armas, pela colher de pau ou pela manjedoura.
Os Abades eram os titulares da paróquia de Priscos, cuja ancestralidade recua, pelo menos, ao século XI. Hoje conseguimos ter conhecimento, a partir da documentação existente, da generalidade dos seus titulares a partir do século XVI, no entanto muitos outros nomes estarão ocultos no oblívio da história.
Os Abades eram os titulares da paróquia de Priscos, cuja ancestralidade recua, pelo menos, ao século XI. Hoje conseguimos ter conhecimento, a partir da documentação existente, da generalidade dos seus titulares a partir do século XVI, no entanto muitos outros nomes estarão ocultos no oblívio da história.
Além dos seus titulares legítimos, muitos foram os sacerdotes a assumir missão na paróquia de Santiago de Priscos, como substitutos, temporários ou interinos, exercendo o seu ofício como Abades Encomendados. Por isso mesmo, há um conjunto alargado de sacerdotes cujos nomes poderão ser citados em determinados períodos, não detendo, no entanto, o estatuto de Abades de Priscos.
Além dos seus titulares legítimos, muitos foram os sacerdotes a assumir missão na paróquia de Santiago de Priscos, como substitutos, temporários ou interinos, exercendo o seu ofício como Abades Encomendados. Por isso mesmo, há um conjunto alargado de sacerdotes cujos nomes poderão ser citados em determinados períodos, não detendo, no entanto, o estatuto de Abades de Priscos.
Abades colados e Abades encomendados
Devido à relevância exibida pela paróquia de Santiago de Priscos, os seus titulares eram Abades Colados, ou seja, detinham a legitimidade absoluta sobre aquela missão, sendo aprovados num concurso prévio à nomeação.
Por sua vez, os Abades Encomendados, em oposição aos Abades Colados, eram os padres nomeados interinamente para reger uma paróquia.
Os primeiros, normalmente os mais letrados, prestavam concurso público e, se aprovados, recebiam a paróquia por colação e dela só saíam se quisessem, pois eram efetivos, e recebiam sua remuneração diretamente do poder civil que, por sua vez, recolhia o dízimo dos fiéis e por isso tinha a obrigação de sustentar o culto e seus ministros. Já os encomendados eram sustentados pelos próprios fiéis, administravam as paróquias em caráter interino e estavam mais submissos ao poder dos bispos, dado que os abades colados detinham maior autonomia face às deliberações diocesanas.
Abades colados e Abades encomendados
Devido à relevância exibida pela paróquia de Santiago de Priscos, os seus titulares eram Abades Colados, ou seja, detinham a legitimidade absoluta sobre aquela missão, sendo aprovados num concurso prévio à nomeação. Por sua vez, os Abades Encomendados, em oposição aos Abades Colados, eram os padres nomeados interinamente para reger uma paróquia.
Os primeiros, normalmente os mais letrados, prestavam concurso público e, se aprovados, recebiam a paróquia por colação e dela só saíam se quisessem, pois eram efetivos, e recebiam sua remuneração diretamente do poder civil que, por sua vez, recolhia o dízimo dos fiéis e por isso tinha a obrigação de sustentar o culto e seus ministros. Já os encomendados eram sustentados pelos próprios fiéis, administravam as paróquias em caráter interino e estavam mais submissos ao poder dos bispos, dado que os abades colados detinham maior autonomia face às deliberações diocesanas.
OS ABADES DE PRISCOS
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JOÃO RODRIGUES REGO DA ROCHA
O licenciado João Rodrigues Rego da Rocha terá sido o primeiro Abade Colado de Priscos a obter especial destaque na hierarquia eclesiástica bracarense. Vigário paroquial priscense desde 1609, seria nomeado Reitor do Seminário de São Pedro, do qual foi seu sétimo titular, pelo Arcebispo D. Frei Agostinho de Jesus (1588-1609) no ano de 1606, na sequência da demissão do seu antecessor, Frei Jorge Queimado. Após a morte daquele Arcebispo, ocorrida a 25 de novembro de 1609, o Cabido, que governava a Arquidiocese em sede vacante, exonerou-o do cargo, não se conhecendo as razões para tal resolução.
Seria reintegrado no cargo de reitor do Seminário de São Pedro pelo novo Arcebispo, o também agostiniano D. Frei Aleixo de Menezes a 23 de julho de 1612, tendo exercido a sua missão até outubro de 1618, momento em que se devotou integralmente à sua incumbência na Igreja de Priscos (Ferreira, 1934: 576).
Nos períodos em que desempenhou funções no Seminário de São Pedro, terá sido substituído pelo seu sacerdote encomendado Domingos Lopes. Deverá ter falecido até 1633, ano em que se regista um novo Abade Colado em Santiago de Priscos.
Seminário de São Pedro
O Seminário de São Pedro foi instituído em 1567 pelo Arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires, em consonância com a determinação emanada pelo Concílio de Trento no qual tinha participado. A Arquidiocese de Braga haveria de fundar o seu Seminário no Campo da Vinha, sob a invocação de São Pedro, tendo começado a funcionar em outubro de 1572. O edifício era monumental, ocupando quase todo o lado sul do Campo da Vinha. O Seminário Conciliar seria transferido para o antigo Colégio de S. Paulo a 14 de outubro de 1880, tendo-se realizado uma imponente procissão com a imagem de São Pedro, que se venerava na capela do Seminário e acompanhamento pelo Arcebispo D. João Crisóstomo de Amorim Pessoa. A partir deste momento o Seminário passou a designar-se “de São Pedro e São Paulo” em memória da primitiva instituição e integrando a invocação do antigo colégio da Companhia de Jesus.
Mateus Pereira Pacheco
Apesar de não conhecermos muitos factos sobre a sua vida, a análise aos documentos que a história nos legou faz-nos perceber uma intensa atividade pastoral, num período em que a sociedade bracarense revelou especial dinâmica. Muito citado na documentação coeva da paróquia de Priscos, Mateus Pereira Pacheco, terá sido nomeado em 1717 pelo Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles, sendo designado de “Doutor Desembargador”, pelo facto de ser Juiz Superintendente da Casa do Despacho. Foi também no decorrer da sua missão que terá sido demolida a velha paroquial de São Tomé de Moimenta, paróquia unida definitivamente à de Priscos desde 1599, dado que em 1741 a paróquia intimou o casal Nicolau de Sousa e Josefa Maria a erigir uma capela com a invocação de São Tomé na sua Quinta, instituída no território da extinta paróquia e, provavelmente, no mesmo espaço onde outrora se levantava o seu templo. Em 1723, 1724 e 1726 foi nomeado pelo Arcebispo D. Rodrigo de Moura Telles como Visitador da Comarca de Vermoim e Faria (Amorim, 1969). Antes disso, em 1720, já havia sido nomeado visitador do Arcediagado de Barroso e no ano seguinte do Arcediagado de Labruge e Arciprestado de Loureda, da comarca de Valença. Também em 1720 seria designado para visitar as igrejas de Basto pertencentes à Ordem de São João de Jerusalém e cinco anos depois visitaria o Mestre Escolado de Braga.
O facto de ter beneficiado sucessivamente da missão de Visitador, atesta, não apenas a sua ilustração e prestígio junto da hierarquia, mas também atesta a relevância da Paróquia de Priscos no contexto arquidiocesano, já que a missão de visitador seria conferida a sacerdotes em posição estatutariamente superior. A Paróquia de Santiago de Priscos era de Apresentação da Mitra, o que significa que deveria ser visitada pelo Arcebispo, pelo que o seu Abade titular não estaria sujeito à inquirição de outro sacerdote.
Visitação às Igrejas
A visitação às Igrejas, hoje designada comumente como visita pastoral, continua a ser uma das missões primordiais dos bispos, para a qual estavam intimados pela Igreja. No decorrer da Alta Idade Média essa missão passou a ser realizada pelos arcediagos. A visita às Igrejas nem sempre foi assunto pacífico, tendo provocado até alguns conflitos entre o Arcebispo e o Cabido, que partilhavam entre si a missão da visitação às Igrejas. A visita era também um momento de alguma tensão, dado que o titular da igreja ou paróquia deveria prestar contas do seu desempenho à Igreja diocesana, representada na figura do visitador. Reguladas pelas Constituições Diocesanas, as visitas deveriam cumprir um determinado procedimento, de acordo com a sua função reguladora da vida eclesial. Não deveriam hospedar-se em casa do sacerdote responsável, nem aceitar presentes, de forma a garantir liberdade na sua missão. Após o Concílio de Trento, não podendo o bispo efetuar a visitação às comunidades, poderia nomear anualmente visitadores para cada uma das suas Comarcas.
Gaspar Teixeira de Carvalho
Gaspar Manuel Teixeira de Carvalho foi nomeado Abade Colado de Santiago de Priscos a 20 de janeiro de 1787. Ficou para a história como o responsável pela edificação de um novo templo paroquial.
Tendo chegado à comunidade num tempo em que há quase duas décadas os sacerdotes deveriam pronunciar as homilias no adro do templo, por não haver espaço suficiente no seu interior para acolher os fiéis, foi-se tornando imperativo a edificação de uma nova paroquial. Três anos depois de ter chegado o padre visitador intimou-o a construir uma torre sineira, pois o toque dos sinos, expostos em simples campanário, não se escutavam em todo o território da freguesia.
Apelando à subscrição da comunidade para se proceder à substituição da ancestral sede paroquial que se revelava então “muito prisca, pequena e escura e não caber nela o povo da freguesia”, o Abade terá sido o principal obreiro desta empreitada, devendo-se à sua intervenção o generoso donativo de 3 mil cruzados oferecido por um priscense emigrado nos Estados Unidos da América.
As obras iniciar-se-iam em 1796 e dois anos depois seria efetuada a dedicação do novo templo, provavelmente sob a presidência do Arcebispo Primaz, D. Frei Caetano Brandão. No entanto, as obras não tinham terminado e a capela-mor continuava por terminar em 1799. No ano seguinte seria construída a torre sineira e iniciada a edificação da sacristia.
Devido certamente, não apenas à sua destacada ilustração entre o clero, mas particularmente ao seu intenso labor na paróquia de Priscos, foi nomeado Chantre do Cabido da Sé no ano de 1818. Desconhecemos se tal dignidade implicou a sua renúncia à colatura priscense, mas cremos que tenha permanecido alguns anos mais.
Luís António Pereira
O padre Luís António Pereira teria sido o mais célebre Abade de Priscos, não fosse o advento de um Abade gastrónomo no final da mesma centúria. Mentor de uma guerrilha legitimista, desenvolvida em novembro de 1846, foi mais um dos sacerdotes envolvidos na célebre revolução do Minho.
Na primavera de 1846 o Minho fervia devido às novas leis sanitárias, fazendo emergir a estrutura conspiratória, que já se vinha gizando desde 1843, tendo por base a mobilização popular, suportada por muitos militares afetos ao Rei D. Miguel, que havia sido derrotado na guerra civil de 1832-34. A denominada revolta da Maria da Fonte serviu de suporte à corporização deste movimento, que conduziu à formação de guerrilhas de protesto em muitas localidades. À frente destas guerrilhas e manobrando esta agitação social estavam maioritariamente sacerdotes, militares e proprietários rurais (Brissos, 1997). Tendo o povo minhoto apoiado declaradamente a causa miguelista, toda o descontentamento provocado pelos governos liberais, constituía-se como oportunidade para a sublevação.
Foi neste contexto que agiu o padre Luís António Pereira. Abade de Priscos desde 1824, foi um dos sacerdotes mais ativos no movimento conduzido pelo general Reginald Macdonell, um antigo chefe militar de D. Miguel, que almejou especial protagonismo durante a insurreição miguelista que se viveu em 1846.
Segundo o testemunho de João Baptista Vieira Gomes, à passagem do General Macdonell, vindo desde Guimarães, “se moveu a força do Abade de Priscos”, avançando juntamente com os militares “com aclamações de todos os povos que se tinham apinhado à porfia e por entre vivas, repiques de sinos e foguetes”.
Ainda antes do padre Manuel Joaquim Machado Rebelo assumir os destinos paroquiais, outro Abade saltou para os livros de história, não devido ao seu dote culinário, mas pela sua liderança e aptidão marcial. À imagem do que sucedera com outros sacerdotes minhotos, de que é exemplo maior o Padre Casimiro que arrastou consigo o povo de Vieira do Minho, o padre Luís António Pereira é sublinhado entre outros sacerdotes guerrilheiros como o “Padre António Teixeira (das Quintas), o Padre João Baptista Rosa (Codeçoso), o Padre António Alves (Cepeda), o Padre Jerónimo (Portela do Abade), Padre Francisco da Pequenina (Aboim), o Padre João dos Reis (cura de Aboim), Padre António (irmão do Vigário de Aboim) e o chamado Padre João do Cano, ou seja, o minorista, João Baptista Rebelo” (Brissos, 1997: 125).
«…o façanhudo padre Luiz António Pereira, abade de Priscos.»
Camilo Castelo Branco
A Revolução do Minho
No Minho, província marcada por um índice de religiosidade extremo, acompanhado por um apego inexorável às tradições, a aplicação do decreto governamental que obrigava à construção dos cemitérios foi sendo protelada. Após uma fase de relativa tolerância, as autoridades começaram a vigiar os incumprimentos. A oposição face às reformas administrativas dos sucessivos governos liberais impunha um clima tenso, que haveria de ter a sua primeira ocorrência numa freguesia da Póvoa de Lanhoso, em março de 1846. Na sequência de um funeral à margem da lei, as autoridades intervieram e provocaram uma sublevação que se arrastaria a toda a região. As mulheres de Fontarcada inauguraram uma rebelião que ficou para a história como a revolução da Maria da Fonte. A cidade de Braga, outrora baluarte miguelista, foi o epicentro de uma guerra civil, que replicou os combates liberais da década anterior numa espécie de catarse mobilizada pelos apaniguados de D. Miguel. O resultado, além de algumas centenas de mortes, saldou-se na queda do governo de Costa Cabral, facto que não evitou a aplicação dos decretos. Apaziguados os ânimos, também o Minho abriu os seus cemitérios públicos, deixando para trás os mitos que aprisionavam as almas ao pavimento dos templos.

Manuel António Álvares Pereira
Um dos mais ilustres Abades de Priscos foi o padre Manuel António Álvares Pereira. Titular da comunidade priscense desde 1854 foi nomeado Vigário Geral da Arquidiocese de Braga a 25 de outubro de 1855 pelo Arcebispo D. Pedro Paulo de Figueiredo da Cunha e Mello.
Sacerdote que gozava de especial confiança do Arcebispo Primaz, em 1853 chegou a governar a Arquidiocese em seu nome e dois anos depois foi mesmo designado redator do seu testamento (Ferreira, IV, 1934: 130).
Antes de se tornar titular de Priscos, sabemos que foi Abade de São João do Mosteiro, em Vieira do Minho. Outra das missões que desempenhou foi a regência da cadeira de Instituições Canónicas do Seminário de São Pedro, imediatamente após a sua reabertura na sequência do encerramento forçado pelo regime liberal.
Apesar de ter ocupado o importante cargo de Vigário Geral, não consta que tenha integrado o corpo capitular da Sé Primaz.
Artur Lopes dos Santos
O padre Artur Lopes dos Santos é um dos Abades que mais marcou a comunidade priscense, sendo o seu mais longevo titular, pelo facto de aqui ter permanecido durante exatamente 60 anos.
Natural de Calendário, em Vila Nova de Famalicão, onde nasceu a 8 de agosto de 1914, seria ordenado sacerdote a 15 de agosto de 1937. A sua primeira missão presbiteral foi na paróquia famalicense de Joane, na qualidade de vigário cooperador, onde permaneceu durante apenas dois anos. No dia 26 de setembro de 1939 seria nomeado pároco de S. Tiago de Priscos, comunidade que serviu até à sua morte a 8 de dezembro de 1999. Enquanto pároco de Priscos, acumulou também a vizinha paróquia de Tebosa durante 53 anos e da paróquia de São Pedro de Oliveira ao longo de sete anos.
O maior legado do padre Artur Lopes dos Santos foi a sua humanidade. Homem simples e de trato afável, manifestava especial atenção para com os seus paroquianos, de quem se fazia especialmente próximo. Revelou-se como um autêntico pastor, caminhando sempre ao lado da comunidade que lhe fora confiada e exibindo como lema de vida a misericórdia e a solidariedade. Uma das suas muitas virtudes era saber esperar, escutando opiniões divergentes e discutindo sobre elas. Procurava a unidade numa busca contínua pela verdade.
Homem de oração e interioridade, devotou-se particularmente aos mais pobres e frágeis da comunidade. Por várias vezes, quando os paroquianos levavam as suas contribuições paroquiais, este recusava-as, pedindo-lhes que fossem para casa alimentar os seus filhos, que precisariam mais desse dinheiro do que o sacerdote31.
Convencido que o sacerdócio não se exerce confinado ao espaço de culto, o padre Artur fazia questão de estar com os seus fiéis, no desespero ou na doença, a conviver nos momentos festivos ou a jogar umas “cartadas” no café. Ele sabia bem que «não se pode evangelizar sem proximidade».
No decorrer das seis décadas de missão em Priscos, realizaram-se dois ciclos de obras na igreja paroquial, um na década de 1940, com a renovação e colocação de novos altares, e um restauro integral realizado entre 1994 e 1996. No ano seguinte foi inaugurado um salão paroquial.
Reconhecidos pela sua missão, os paroquianos prestaram-lhe uma homenagem no dia 15 de agosto de 1997, com o descerramento do seu busto no dia em que completava 83 anos de idade e 60 anos como pároco de Priscos.

João Torres Campos
O padre João Torres Campos é o atual Abade de Priscos, paróquia que assumiu desde 2006. Natural de Cabeceiras de Basto, onde nasceu em 1976, foi ordenado sacerdote em 2003. Ao longo de dois anos esteve em missão pastoral no norte de Moçambique, juntamente com o padre Jorge Vilaça, com quem viria a fundar a Unidade Pastoral Oeste/Veiga. Partilhou depois a sua missão com o padre Manuel Quinta.
Logo no seu primeiro ano enquanto pároco iniciou o Presépio Vivo de Priscos, uma iniciativa instalada no passal priscense, que nasceu com a preocupação de juntar as pessoas da comunidade e difundir o verdadeiro sentido do Natal.
Tratando-se de uma paróquia muito grande, rasgada por uma estrada nacional, e com lugares muitos distantes uns dos outros, o Presépio Vivo constituiu-se como uma oportunidade para criar um novo espaço de encontro para a comunidade conviver e se conhecer melhor. Depois do pudim, o Presépio Vivo voltou a colocar Priscos no mapa. Com seis centenas de figurantes ao longo de 90 cenários, o Presépio Vivo de Priscos, além de experimentar singular mediatismo, acolhe dezenas de milhar de visitantes em cada uma das suas edições.
Em 2012, no âmbito da Capital Europeia da Juventude, organizou a Aldeia das Religiões, uma iniciativa de âmbito ecuménico que reuniu 32 credos no mesmo espaço, com o objetivo de contribuir para uma convivência pacífica entre as diversas religiões.
JOÃO RODRIGUES REGO DA ROCHA
O licenciado João Rodrigues Rego da Rocha terá sido o primeiro Abade COlado de Priscos a obter especial destaque na hierarquia eclesiástica bracarense. Vigário paroquial priscense desde 1609, seria nomiado Reitor do Seminário de São Pedro, do qual foi seu sétimo titular, pelo Arcebispo D.Frei Agostinho de Jesus (1588-1609) no ano de 1606, na sequência da demissão do seu antecessor, Frei Jorge Queimado. Após a morte daquele Arcebispo, ocorrida a 25 de novembro de 1609, o Cabido, que governava a Arquidiocese em sede vacante, exonerou-o do cargo, não se conhecendo as razões para tal resolução.
Seria reintegrado no cargo de reitor do Seminário de São Pedro pelo novo Arcebispo, o também agostiniano D.Frei Aleixo de Menezes a 23 de julho de 1612, tendo exercido a sua missão até outubro de 1618, momento em que se devotou integralmente a sua incumbência na Igreja de Priscos (Ferreira, 1934: 576).
Nos períodos em que desempenhou funções no Seminário de São Pedro, terá sido substituido pelo seu sarcedote encomendado Domingos Lopes. Deverá ter falecido até 1633, ano em que se regista um novo Abade Colado em Santiago de Priscos.
Seminário de São Pedro
O Seminário de São Pedro foi instituído em 1567 pelo Arcebispo D.Frei Bartolomeu dos Mártires, em consonância com a determinação emanada pelo Concilio de Trento no qual tinha participado. Arquidiocese de Braga haveria começado a funcionar em outubro de 1572. O edifício era monumental, ocupando quase todo o lado sul do Campo da Vinha. O Seminário Conciliar seria transferido para o antigo Colégio de S.Paulo a 14 de outubro de 1880, tendo-se realizado uma imponente processão com a imagem de São Pedro, que se venerava na capela do Seminário e acompanhamento pelo Arcebispo D.João Crisóstomo de Amorim Pessoa. A partir deste momento o Seminário passou a designar-se de “São Pedro e São Paulo” em memória da primitiva instituição e integrando a invocação do antigo colégio da Companhia de Jesus.